A história de Ilhabela é rica e cheia de surpresas, incluindo uma curiosidade que poucos conhecem: a passagem de uma princesa por essa ilha paradisíaca. Em meados do século XIX, Ilhabela recebeu a ilustre visita de uma figura da nobreza europeia, a princesa belga Maria Amélia de Leuchtenberg. Embora ela não tenha “morado” em Ilhabela de maneira prolongada, sua breve estadia na ilha teve grande impacto e deixou um legado histórico que ainda ecoa na região até os dias de hoje. Abaixo, vamos entender mais sobre a relação dessa princesa com a ilha e os acontecimentos que envolveram sua vinda ao Brasil.

Quem foi a princesa Maria Amélia de Leuchtenberg?

Maria Amélia de Leuchtenberg nasceu em 1831, sendo filha de Eugênio de Beauharnais, Duque de Leuchtenberg, e da princesa Amélia de Baden. Ela era neta de Joséphine de Beauharnais, a primeira esposa de Napoleão Bonaparte, e, assim, tinha uma origem nobre e respeitada na Europa. No entanto, o que realmente liga Maria Amélia ao Brasil é sua relação com Dom Pedro II. Ela era noiva de Dom Pedro de Alcântara, o filho de Dom Pedro I e imperador do Brasil na época, com quem planejava se casar.

Infelizmente, a princesa Maria Amélia adoeceu com tuberculose, uma doença temida no século XIX, para a qual não existia cura na época. Na esperança de melhorar sua saúde, Maria Amélia foi trazida ao Brasil, onde o clima tropical e os tratamentos alternativos poderiam oferecer algum alívio para sua condição. Ela chegou ao país em 1852 e foi recebida com grande expectativa pela corte brasileira, que ansiava pelo casamento da princesa com o imperador.

A passagem por Ilhabela

Durante sua estadia no Brasil, Maria Amélia passou algum tempo em Ilhabela, mais precisamente em uma parte da ilha onde os ventos e a natureza exuberante eram vistos como benéficos para quem sofria de doenças pulmonares. A ideia era que o clima ameno da ilha pudesse contribuir para a melhora de sua saúde, oferecendo a ela um refúgio tranquilo e distante das agitações da corte. Esse período foi breve, mas significativo, e a passagem da princesa deixou uma marca na história da ilha.

Maria Amélia foi uma das figuras mais ilustres a visitar Ilhabela na época, e sua estadia trouxe certo prestígio à ilha, além de atrair a atenção de outras figuras importantes da nobreza e aristocracia brasileira. Infelizmente, mesmo com o tratamento e o cuidado dedicados a ela, sua condição continuou a se agravar.

A morte prematura e o legado deixado

Maria Amélia faleceu em 4 de fevereiro de 1853, aos 21 anos, no Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Sua morte abalou profundamente Dom Pedro II e a família real, que nutriam grande afeição por ela. Como homenagem à princesa, Dom Pedro II fundou o Hospital Maria Amélia, o primeiro hospital brasileiro dedicado ao tratamento de tuberculose, que se tornou um importante centro de saúde no Brasil.

Embora a princesa tenha permanecido apenas por um curto período em Ilhabela, sua passagem é lembrada como um dos momentos históricos da ilha. Sua história trágica e romântica inspirou muitas pessoas ao longo dos anos e trouxe um ar de mistério e realeza a esse destino natural e paradisíaco.

A história da princesa Maria Amélia em Ilhabela é um lembrete das conexões inesperadas que a ilha possui com o passado. Sua passagem pela ilha pode ter sido breve, mas deixou um impacto duradouro, enriquecendo a história e o patrimônio cultural de Ilhabela. Hoje, Ilhabela é lembrada não apenas por suas belas praias e cachoeiras, mas também pelas histórias únicas que guarda em seu território, incluindo a visita dessa nobre europeia que buscava cura e tranquilidade em meio às belezas naturais da ilha.